Para Refletir

  • Somos chamados a cuidar da vida na Terra.

    Em 2015, o Papa Francisco nos ofereceu um presente precioso: a Encíclica Laudato Si’. Um verdadeiro chamado à consciência e à ação, que nos recorda da responsabilidade que cada um de nós carrega como filhos e filhas de Deus: a de cuidar da nossa Casa Comum, este planeta tão belo e, ao mesmo tempo, tão ameaçado.


    O Santo Padre nos recorda que não estamos sozinhos nesta missão. Somos parte de uma grande família humana, criada por amor e sustentada pelo mesmo Criador que “nunca recua no seu projeto de amor, nem se arrepende de nos ter criado”. A Laudato Si’ é, portanto, um convite urgente a despertar: a unir forças, renovar o diálogo e encontrar caminhos de solidariedade que deem esperança às futuras gerações.


    “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. (...) Precisamos de nova solidariedade universal.” (Laudato Si’, 13-14).


    Cuidar da criação não é apenas uma questão ecológica; é uma missão espiritual. Proteger a terra é também proteger a vida. É um ato de fé, de gratidão e de amor. Afinal, cada árvore, cada rio, cada ser humano traz a marca da bondade divina. Quando cuidamos do planeta e dos irmãos mais pobres, cuidamos também do projeto de Deus, que sonhou um mundo justo e belo para todos.


    Vivemos, porém, tempos de grandes desafios. O abismo entre ricos e pobres aumenta, e muitos ainda exploram a natureza e os mais vulneráveis em busca de poder ou lucro. Essa realidade clama por testemunhos de esperança. Como discípulos e discípulas de Cristo, somos chamados a caminhar contra a corrente, a viver a justiça, a levantar a voz pelos pequenos e a ser sinal de paz em meio às sombras.


    Nossa missão como habitantes desta terra maravilhosa é clara: trabalhar para que o desejo de vida plena que o Criador sonhou se realize em cada criatura. Não podemos nos esquecer da palavra do Gênesis, que nos recorda: “Deus viu tudo o que havia feito e viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31). Essa bondade original da criação é também um apelo para que cada um de nós seja guardião do que nos foi confiado.


    Por isso, cuidar da Casa Comum não é tarefa para amanhã, mas para hoje. É no pequeno gesto cotidiano, na simplicidade da vida fraterna, no compromisso com a justiça social e no respeito à natureza que vamos construindo um mundo novo. Quando escolhemos economizar recursos, valorizar os pobres, plantar esperança onde há descuido ou desânimo, estamos participando da obra criadora de Deus.


    Queremos, como comunidade religiosa, renovar este apelo: que cada pessoa se sinta parte desta missão. Não importa se suas mãos se estendem para plantar, para acolher, para partilhar ou para rezar — todas elas têm um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e solidária.


    O Papa Francisco nos recorda que “as coisas podem mudar”. Essa é uma palavra de esperança, mas também de responsabilidade. Cabe a nós, como Igreja viva e como discípulos missionários, anunciar e testemunhar que um futuro melhor é possível. Que possamos, juntos, caminhar com coragem, construindo uma fraternidade que ultrapasse fronteiras e uma solidariedade que dê testemunho do Evangelho.


    Que Maria, Mãe da Igreja, nos inspire a sermos cuidadores atentos e confiantes. Que ela, que guardou em seu coração as maravilhas do Senhor, nos ajude a guardar e proteger a criação e cada irmão que nossa vida seja um reflexo da certeza de que o amor do Criador sustenta tudo, renova tudo e nos envia em missão.


    (Ir. Mariza)

     

     



     

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